Há pouco mais de uma década o polímata paquistanês Ziauddin Sardar sugeria que gradualmente nos dirigimos para o que vem depois do normal. Num artigo eletrizante publicado no Elsevier Journal, uma revista de informações analíticas que há quase 150 anos contribui para a difusão da ciência, Sardar alertava para esta verdade inevitável: os tempos pós-normais. Momento de transição civilizatória em que as velhas idéias estão morrendo, as novas ainda não nasceram e nada podemos fazer para que a vida torne a ser como era antes.

Segundo Sardar, “o espírito da nossa época é caracterizado pela incerteza, por rápidas mudanças e comportamento caótico”. Para termos uma vaga noção do que isso representa, precisamos primeiro compreender e aceitar a mudança que está por vir. As forças que nos impelem em direção ao novo, constata o erudito, “também nos conduzem à incerteza e a diferentes modalidades de ignorância, o que torna a transição ainda mais difícil”.

Como nadadores crepusculares que atravessam um rio, a multidão humana aos poucos vai deixando para trás as margens do tranquilo passado, para cada vez mais se debater nas correntezas do presente tormentoso. Ainda não consegue encontrar o caminho para a segurança da outra margem, enquanto descobre que suas forças estão se esvaindo. Os saudosistas que decidem retornar se afogam – o lugar de onde partiram não está mais lá. Os que nadam contra a corrente são igualmente tragados por julgamentos equivocados e esperanças vãs. Os indecisos simplesmente afundam na própria hesitação.

Os persistentes vão descobrir que tempos pós-normais exigem o abandono de ideias antiquadas, tais como ‘controle’, ‘eficiência’ e ‘supremacia tecnológica’. Logo irão se dar conta de que daqui pra frente será melhor cultivarem hábitos mais saudáveis, como humildade, modéstia e responsabilidade – requisitos indispensáveis para o convívio com a incerteza. Para atravessarem tempos pós-normais e se qualificarem para A Nova Normalidade, ou o que quer que esta ideia represente, vão precisar de uma boa dose de bom comportamento, alguma imaginação e da colaboração da diversidade das culturas humanas. Enganam-se os que crêem no culto às exclusividades locais em detrimento do livre acesso global. Essa ideia já estava morta há algumas dezenas de anos e só retorna agora como manifestação da angústia e da limitação intelectual de alguns excêntricos, que em breve estarão submersos. 

Se no passado os muitos alertas ambientais e de mudança climática não foram suficientes para nos tirar da imobilidade, agora nos vemos arrastados por uma das piores pandemias da história e tendo à frente, no horizonte de curtíssimo prazo, a mais devastadora recessão econômica que se tem notícia. Indiferentes, os problemas corriqueiros prosseguem: déficit energético, de acesso à água, drástica redução de recursos renováveis – como peixes, pro exemplo –, ameaças de proliferação nuclear, de envenenamento dos alimentos, terrorismo, tráfico de drogas, de armas, de órgãos humanos etc.

Tudo isso, sem levarmos em conta as outras enfermidades da espécie humana, como a violência, o crime organizado, as milícias, a disseminação de mentiras, o cinismo, a ânsia por protagonismo, o fanatismo religioso e ainda outras. ‘L’air Du Temps!’ – o espírito da época é caracterizado pelo comportamento caótico de uma espécie que em relação ao lugar que habita, se comporta como uma infecção viral. Se tudo ‘der certo’ em breve não terá onde habitar – esse é o problema com o que vem depois do normal.

Nada é garantido depois do normal 

“Em tempos normais”, explica o Polímata, “quando as coisas dão errado, como de fato às vezes dão, sabemos o que deve ser feito. Identificamos e isolamos o problema e aplicamos nossos recursos financeiros e intelectuais para obter um resultado aceitável. Os fundamentos sólidos e as teorias comprovadas da economia e da ciência política, assim como as ciências biológicas e naturais nos guiam em direção a uma solução. O peso e o poder absoluto da ortodoxia intelectual, acadêmica e política garantem que possamos percorrer com sucesso o caminho de volta a normalidade”.

Sim, se vivêssemos em uma época normal. Saberíamos onde estamos, o céu seria azul, a grama verde e as estações transcorreriam em seu ciclo natural. Contemplaríamos a economia crescendo com variações aceitáveis para a garantia de um aumento confiável da prosperidade e da segurança. Os mercados funcionariam, se auto-regulando e teríamos confiança em nossas instituições financeiras.

Os políticos, quase nunca insuspeitos, reconheceriam e até adotariam princípios de comportamento aceitos, à medida em que legislariam não somente para atender seus próprios interesses. Quando esbarrássemos em alguma nova doença ou perigo, a ciência e a medicina nos socorreriam. Um equilíbrio global de poder, embora todas as suas imperfeições, manteria uma aparência de lei e ordem pacíficas. Os napoleões-de-hospício, temendo as conseqüências de suas ações, não ousariam desafiar a opinião pública. Viveríamos em comunidades coerentes e coesas, confiantes no futuro. Agora pouco disso se aplica.

Lá em 2009 Sardar já alertava: “Muito do que consideramos normal, convencional e ortodoxo simplesmente não funciona mais. A própria normalidade é apresentada como a causa de todos os males. A atual crise econômica, por exemplo” (referia-se à bolha imobiliária norte americana de 2008), “enquanto somatório das anteriores, fornece um ampla evidência de que o antigo modelo de negócios em que confiávamos há séculos está falido”. E embasava seu argumento na análise de Graham Turner em ‘The Credit Crunch’: “Não apenas a economia de mercado se tornou perigosamente obsoleta, mas a justificativa teórica para a sua continuidade também foi intelectualmente derrotada”.

Conheça melhor o assunto em: https://en.wikipedia.org/wiki/Credit_crunch

Mais tarde, as análises econômicas de David Boyle e Andrew Simms, no celebrado ‘The New Economics’, de 2009, confirmariam o pessimismo de Turner. “A concorrência e o fluxo livre de capital em todo o mundo liberalizado e desregulado se materializa em países semi-industrializados e equivocadamente proclamados ‘em desenvolvimento’, onde produzir bens de consumo cada vez mais baratos tem por condição fazer cada vez maiores os cinturões de miséria ao redor de metrópoles violentas e insalubres, enquanto aumentam o desequilíbrio comercial global, a volatilidade e a desconfiança mútua dentro e entre as nações”.

Para Sardar, “O homem econômico, uma espécie que antes se vangloriava da sua racionalidade, agora caminha para a extinção. Os mercados impulsionados apenas pela motivação do lucro, baseados na avidez e na acumulação incontrolável de uma riqueza inimaginável concentrada nas mãos de uns poucos, tornaram-se ingovernáveis”.

Repare que Sardar tem razão, o mundo é agora um lugar muito mais incerto do que foi na virada do milênio. E não é apenas porque o nosso sistema político, baseado na auto-indulgência e em modos de gafieira, esteja irreparavelmente avariado. “Quanto mais os políticos reformam e remendam as leis, menos significativas e eficazes elas parecem”, já dizia o cientista paquistanês em 2009. É que até a previsão do tempo não é mais confiável, graças ao aquecimento global e ao consequente aumento da temperatura da atmosfera e a elevação do nível dos oceanos.

O método pós-normal

Só para lembrar, o conceito de ‘pós-normal’ foi introduzido pela primeira vez na semântica dos economistas pelo célebre filósofo britânico da ciência Ravetz, e pelo matemático argentino Funtowicz. Trabalhando na matemática do risco, eles perceberam que “a antiga imagem da ciência, onde dados empíricos levavam a conclusões verdadeiras e o raciocínio científico levava a políticas corretas, não é mais admissível” (J.R. Ravetz, Science for the post-normal age, Futures –  25th Issue, 1993).

Lei a íntegra do artigo no Springer Link: https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-94-011-0451-7_10

Mais de dez anos antes de Ziauddin Sardar escrever sua publicação já havia muita incerteza na análise científico-econômica, que junto com as mudanças nos modelos de financiamento, comércio, e preocupações sobre o desenvolvimento de inventos voltados aos setores de segurança, significavam que a ciência não estava mais funcionando de maneira normal nessas áreas do conhecimento. “Sempre que há uma questão política envolvendo ciência”, escreveram Ravetz e Funtowicz, “descobrimos que os fatos são incertos, a complexidade é a norma, os valores estão em disputa, os riscos são altos, as apostas são altas, as decisões são urgentes e há um perigo real de se correr riscos fora de controle” (J.R. Ravetz, S.O. Funtowicz, Post-normal science: an insight now maturing, Futures 31st Issue, 1999). Eles apresentaram suas teorias como contribuição à elaboração de um método científico ‘pós-normal’ – que agora se tornou um campo estabelecido da ciência.

Muito do que Ravetz e Funtowicz disseram sobre a ciência econômica na década de 1990 é agora igualmente verdade para outras disciplinas, e para a sociedade como um todo. Tudo, desde economia à relações internacionais, do funcionamento dos mercados à gestão do ambiente natural, da maneira de se fazer política às tendências de comportamento nas redes sociais, tudo se tornou pós-normal. E existem boas razões para esse estado de coisas. Em 2009 Sardar constatou que elas se baseiam em três fatores: complexidade, caos e contradições – as forças que, segundo ele, moldam e impulsionam os tempos pós-normais.

Lições da complexidade

Quase tudo com o que lidamos hoje em dia é complexo, como corrigir os rumos da economia ou garantir o suprimento de energia e até mesmo fazer algo a respeito das imprevisões climáticas que atormentam boa parte da humanidade. Uma razão para isso é que para consertar as coisas aqui, também é necessário fazer algo sobre elas em outros lugares e, é claro, em nível planetário. Por exemplo, para garantir suprimentos de energia, precisamos prestar atenção às realidades de outros países e, naturalmente, interpreta-las em contextos globais.

Sardar explica: “teoricamente, solucionar um obstáculo ‘local’ em energia significa: fornecer energia a um custo razoável para os consumidores locais e evitar interrupções involuntárias no fornecimento. Os aspectos internacionais incluem garantir que nossa política externa não seja repulsiva demais para aqueles a quem recorremos para obter suprimentos de energia, além de evitar a dependência energética de um pequeno subconjunto de nações. Mas isso é apenas a metade da equação. Também precisamos tomar medidas sobre as emissões de carbono, promover a eficiência energética, acelerar a implantação de tecnologias de baixa emissão e garantir que os mercados de energia permaneçam razoavelmente competitivos sem que sejam manipulados por especuladores. Equilibrar todos esses elementos em nossa equação energética está longe de ser fácil. A complexidade é um subproduto natural do fato de que a maioria dos nossos problemas tem uma escala global“.

Em um mundo globalizado tudo está conectado. Nada existe ou acontece isoladamente. A globalização expande a complexidade não apenas nos tornando interdependentes, mas aumentando nossas interconexões. Por exemplo, o aparecimento da Covid-19 não é simplesmente um problema de saúde. É um problema ligado a questões econômicas.

Provavelmente não é coincidência que o epicentro do surto, a cidade de Wuhan, na China, seja um gigantesco complexo industrial que abastece um mercado planetário com produtos que vão de bugigangas e imitações a máscaras cirúrgicas e respiradores hospitalares. Mas, é claro, os chineses não produziriam um volume extraordinário de mercadorias numa única região de seu país, se consumidores mundiais não estivessem felizes em compra-las lá. Portanto, a Covid-19 também se origina no sistema de preços e disponibilidade exigidos pelo mercado – cada vez mais baratos, mais abundantes e disponíveis. Além disso, a doença permaneceria restrita à China se turistas e empresários que viajam para Wuhan não fossem e viessem à jato de outras partes do mundo.

A natureza do problema que enfrentamos agora, foi apresentada no artigo de Sardar por meio da explicação dada pelo filósofo australiano Paul Cilliers. “Para entender completamente um sistema complexo”, escreve Paul, “precisamos visualiza-lo em toda a sua complexidade. O conhecimento que temos de sistemas complexos é baseado nos modelos que fazemos desses sistemas, mas para funcionar como modelos eles precisam ter reduzida sua complexidade. Isso significa que alguns aspectos desses sistemas serão sempre deixados de lado. Então, aquilo que é deixado de fora interage com o restante do sistema de maneira não linear e, portanto, não poderemos prever quais serão os efeitos de nossa redução da complexidade”. É simples assim.

A complexidade, que tem impacto tanto na física e na biologia quanto na ecologia, economia, segurança e relações internacionais, ensina-nos uma lição importante: para a ciência mais avançada as noções de ‘controle’ e ‘certeza’ estão ficando fora de moda. Não existe um modelo único de comportamento, de pensamento ou método que possa fornecer uma resposta para todas as nossas indagações. A simples constatação de que todos os nossos problemas são intrinsecamente complexos por estarem interconectados nos ensina um valor antiquado e há muito colocado em quarentena: a humildade.

Uma prática do Caos

A complexidade, ensina Sardar em seu artigo, “é precursora e condição necessária para alcançarmos o segundo dos três fatores que nos empurram para o caminho da pós-normalidade: o Caos. Tempos pós-normais têm origem em épocas de caos, onde a aceleração é a norma, a previsibilidade é rara e pequenas mudanças podem levar a grandes consequências”.

O comportamento caótico, entretanto, não é um fenômeno incomum e sempre existiu no histórico planetário. Quem saberia dizer porque um tsunami varreu a costa do Japão ou porque não há mais Neandertais? Mas convenhamos, é bastante incomum ver nações inteiras praticando o caos.

A principal razão disso acontecer hoje em dia é o profundo desequilíbrio ambiental, que põe em risco a sustentação da vida, e o funcionamento caótico das relações no universo virtual da Internet. Já faz algum tempo que estamos mais interconectados do que em qualquer outro momento da história. Em 2009 o cientista paquistanês lamentava: “o mundo inteiro é uma só rede atravessada por infinitas sub-redes de indivíduos, grupos, comunidades, instituições, todas constantemente interligadas por listas de e-mails, aplicativos de mensagens, sites de jornalismo, telefones celulares, hipertexto, videoconferência, blogs, televisão interativa e transmissões de notícias 24 horas, dia após dia… Atualmente não nos comunicamos para viver, mas vivemos para nos comunicar”.

Como tudo está vinculado e conectado, uma eventual ruptura terá impacto imediato, perturbando outras partes do planeta, inclusive podendo derrubar toda a rede mundial de conexões. Pense em quantas empresas, órgãos reguladores, instituições de saúde e segurança, ministérios do governo e passageiros de empresas aéreas foram afetados pela Covid-19, mesmo antes da pandemia os ter alcançado. Atualmente, um pequeno espirro em um ponto distante da Internet pode ter o efeito de um terremoto em outra parte – sem mencionar os passageiros que já vinham sofrendo com as mesquinharias da política de ‘fidelização’ das companhias aéreas.

Sardar explica – “como a complexidade, o caos também tem uma lição fundamental para nos ensinar: responsabilidade individual e social são fundamentais para a nossa sobrevivência coletiva. As ações de qualquer indivíduo ou grupo, desde políticos inescrupulosos a instituições negligentes, podem causar séria instabilidade e agitação. Além disso, o individualismo, a noção de que um indivíduo pode fazer o que quiser, é uma receita para a catástrofe. Em tempos pós-normais, o mundo pode realmente ser destruído pelas ações de alguns indivíduos tóxicos“. Ninguém duvida.

A era da incerteza

“Um mundo complexo e conectado, com inúmeros interesses e ideologias conflitantes, comportando-se caoticamente, não faz mais do que lançar contradições” – esse é o terceiro fator citado por Sardar que molda e impulsiona os tempos pós-normais. É o produto natural da variedade de redes socioculturais antagônicas em disputa por supremacia. E para completar, desde 1994 Ravetz já alertava: “As contradições também apontam para o fato de que tudo, toda política, tem um custo. Não importa como possamos perceber o progresso, o quão benéfico podemos pensar que é, sempre há prejuízo e efeitos colaterais”.

Quando contradições, complexidade e caos se combinam com mudanças aceleradas, o único resultado é a incerteza. “Em tempos normais, as incertezas são pequenas e gerenciáveis. Mas em tempos pós-normais, a incerteza ganha outra dimensão. Como tudo está interconectado, é complexo, caótico, e muda rapidamente, nada pode realmente ser descrito com precisão” – essa é a constatação final do erudito paquistanês que antecipou em pelo menos dez anos o que estamos vivenciando agora. Ele considerou que aquelas previsões arcaicas nas quais nossa economia e política se baseiam, afirmando que ’em time que está vencendo não se mexe’, não têm mais valor e só fazem se debater em situações de mudanças abruptas e descontroladas.

Estamos a ponto de descobrir o que vem depois do normal. A combinação de ampla ignorância sobre o futuro e incertezas com relação a decisões a serem tomadas, bem como uma tendência ao comportamento caótico (com análises contraditórias e questões complexas de segurança e riscos) significam que nossas opções atuais de ‘fazer as coisas como de costume’, estão fora de questão. Nos tempos pós-normais, os modos convencionais de pensar e se comportar estarão com o prazo de validade vencido.

Com informações extraídas do estudo Welcome to postnormal times de Ziauddin Sardar no Elsevier Journal de junho de 2010. Baixe o arquivo PDF a partir do website Science Direct https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S001632870900202X

O que vem depois do normal
Embora intenso, o estilo arquitetônico ‘Art Nouveau’ predominou por menos de 40 anos.
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Publicado por vanaweb

Valério Azevedo nasceu na segunda metade do Século XX. O autor é, portanto, um baby-boomer. Cresceu assistindo televisão. Aos nove anos acompanhou, ao vivo, o homem caminhar pela primeira vez na superfície da Lua, porém sem cores. Há esse tempo, seriados de TV mostravam viajantes do espaço, do tempo e do fundo do mar combatendo monstros ameaçadores. Somente em 1973 a televisão no Brasil ganhou cores e ele passou a ver, sem assombro, negras silhuetas contra o céu azul despejarem a morte sobre a Indochina. Nessa época havia na casa dos seus avós um telefone que ele nunca usou. Anos mais tarde, em seu primeiro emprego, Valério conheceu o videoteipe. Invento extraordinário, que aprimorou a manipulação de imagens e sons, causando na narrativa audiovisual um sentimento algo instantâneo e urgente, e apaixonou-se por essa ideia. Pouco depois apareceram os primeiros computadores pessoais. Eles poderiam facilmente substituir máquinas de escrever e pilhas de papel, mas o autor os percebia apenas como brinquedos. Ele jogava xadrez com um deles e em sua esverdeada tela de fósforo encontrou inspiração para começar a escrever ficção. Com a chegada, no Brasil, do telefone celular e da rede mundial de computadores, em princípios dos anos 1990, a conexão entre as pessoas se intensificou incrivelmente. Ao mesmo tempo, a passagem de registros analógicos para digitais alterou de forma decisiva o modo de se produzir informação. Pouco depois da virada do milênio, o advento das redes sociais da internet foi o golpe de misericórdia na elaboração regulamentar de informações. Para o autor da página A Existência Virtual, “agora que os telefones fazem tudo, e até transmitem imagens e sons ao vivo, cada pessoa já pode se ocupar de espalhar sua precária e angustiada verdade, que a seguir se dissolverá como os entressonhos do alvorecer”. Então, decidiu retornar ao papel impresso, pois segundo ele, conforta-o a sensação do livro nas mãos e a ausência da barra de rolagem.

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