Sempre busquei e nunca encontrei a origem da Noite 351 do Livro das Mil e Uma Noites mencionada por Jorge Luís Borges, embora para isso ao longo da minha vida eu tenha frequentado com obstinação diferentes traduções – entre elas as de Burton, de Weil e de Galland. Esta última na deliciosa edição em português apresentada por Malba Tahan. Em nenhuma consta o afamado episódio dos dois que sonharam. Concluo que foi o próprio Borges quem o imaginou. Com resignação diante da tarefa o verti do espanhol e ofereço:
A Noite 351 …E Sheherazad prosseguiu: Oh! Auspicioso Rei
Dizem, porém somente Alá é poderoso e nunca dorme, que houve na antiga cidade de Isfahan, na Pérsia, um rico mercador que ao chegar à velhice repartiu seus bens entre os filhos, antes de os enviar pelo mundo, guardando para si somente a casa em que vivia. Forçado a trabalhar para ganhar o pão, saía cedo pela manhã e retornava quando o sol se punha. Certa ocasião o sono o alcançou embaixo de uma figueira nos jardins da casa. Em sonhos um homem veio até ele, tirou da boca uma moeda de ouro com o selo de Salomão filho de Davi (a paz repouse sobre eles) e disse: Tua fortuna está no Cairo, vai busca-la!
Logo que acordou, ainda de madrugada, o mercador reuniu o pouco dinheiro que possuía, fechou sua casa e se alistou na primeira caravana em direção ao Egito. Na longa viagem enfrentou os perigos do deserto, dos piratas, dos idólatras e das feras. Foi assolado por tempestades de areia, pragas de gafanhotos e a malícia dos padres católicos. Mas como era um homem da fé, por fim chegou à cidade do Cairo. Não sabendo a quem se dirigir, ao entardecer escolheu o pátio de uma mesquita e após fazer suas orações deitou-se para dormir. Por decreto de Alá, o Onisciente, à alta noite uma quadrilha de ladrões invadiu os recintos da mesquita para roubar seus tesouros. Porém, os vizinhos deram o alarme e vieram os janizaros da guarda com seu capitão. Ao revistarem a mesquita deram com o velho que dormia, e lhe infringiram tantos açoites que esteve perto da morte.
No outro dia o recém-chegado recobrou os sentidos no cárcere, entre ladrões. O sultão mandou busca-los para que pudessem escutar de sua boca a certa sentença aos que ousam profanar o lugar sagrado – a decapitação pelo alfanje. O mercador já se resignara com o pobre destino que o aguardava, quando o capitão da guarda o apartou dos malfeitores, e dirigindo-se a seu senhor disse: “Majestade, encontramos este velho entre os ladrões, mas não se parece com eles”. E o sultão disse ao mercador: “Aproxima-te e responde: quem és e qual a tua pátria?” Ao que ele declarou: “Venho da antiga cidade de Isfahan, na Pérsia, e meu nome é Mohamed Uddin Al-Majid”. Intrigado pelo fato daquele velho homem ser de um país tão distante, o sultão perguntou: “E o que te trouxe ao Cairo?” Por ser um crente fervoroso, decidiu-se o mercador pela verdade e respondeu: “Em um sonho um homem ordenou-me que eu viesse a esta cidade, porque aqui se encontra a minha fortuna. Aqui estou e percebo que tal riqueza prometida devem ser os açoites tão generosamente servidos por vossos janizaros”.
Ante tais palavras o sultão riu até mostrar os dentes do siso e disse: “Velho desatinado e crédulo! Por três noites sonhei que na antiga cidade de Isfahan há uma casa em cujo jardim há uma figueira e após a figueira há uma fonte, e sob a fonte sonhei que está enterrado um dos tesouros do rei Salomão – a paz esteja com ele!” Voltando-se para o capitão da guarda, declarou: “Como não sou louco nem estúpido não dei o menor crédito a esta fantasia. No entanto, este pobre homem senil enfrentou os perigos do deserto por causa de um sonho”. E dirigindo-se novamente a Al-Majid, disse-lhe: “Toma aqui estas moedas e vai-te. Que eu não te veja mais no Cairo”.
Regressando à sua casa, que era a do sonho do sultão, o mercador encontrou sob a fonte atrás da figueira um rico tesouro que pertencera ao rei Salomão filho de Davi (a paz esteja com ambos). Assim Alá o recompensou e lhe deu bênçãos. E o mercador bem-disse e exaltou o nome do Senhor, o Generoso, o Oculto!
O Livro das Mil e Uma Noites
Abre-te Sésamo! Parece ser esta fórmula mágica a expressão mais adequada para se descortinar o vertiginoso labirinto de fábulas, anedotas e ensinamentos incrustrados no Quitab Alif Layla Wa Layla, o Livro das Mil Noites e Uma Noite ou simplesmente Livro das Mil e Uma Noites. Ao ingressarmos neste labirinto de ficções ancestrais, tal como o personagem Ali Babá, nos deparamos com o sofisticado ornamento da tradição oral do Oriente. Aqui, os rubis do amanhecer no deserto, a safira da purpúrea Taprobana e o rendilhado mármore dos minaretes emprestam colorido e contornos à trama cravejada de sabedoria. Tesouros reunidos ao longo dos séculos por centenas de ladrões e ilusionistas que, dedicando seu tempo à intercalação e à fraude, legaram-nos este documento do inextricável. Dele emergem os gênios, fadas, feiticeiros e demônios que na voz da princesa Shehrazad enchem o ar com seus mistérios e maravilhas.
Mil noites
As mais de trezentas histórias atribuídas ao Livro das Mil e Uma Noites são interligadas por um enredo principal. A narrativa do sultão Schahryar da Pérsia que, amargurado pela infidelidade de uma esposa, decide vingar-se tomando uma noiva diferente a cada noite e mandando-a decapitar na manhã seguinte. Vendo as donzelas do reino perecerem noite após noite, Shehrazad, a mais bela filha do vizir, decide em combinação com sua irmã Dinarzad enfrentar o tirano. Ela pede que Dinarzad lhe faça contar uma história ao rei logo após o momento das núpcias. Ao alvorecer ela encerra a história em uma passagem tão emocionante, que o soberano decide suspender sua execução para que prossiga na noite seguinte. Pronto, está iniciado o seriado que manterá viva a princesa por mil noites.
Olhando-se nesta perspectiva fica fácil solucionar o título. O livro contém, de fato, mil e uma noites. Contudo, é importante observar que outros motivos levariam gerações de narradores a concordar quanto ao número. A razão é que para os muçulmanos os números pares são aziagos. Simples superstição e, nesse caso, de fundamental importância. Mas parece haver algo mais sofisticado, como um delicado arabesco dissimulado na portada incólume. Há neste título uma beleza muito singular. Imaginar mil noites é imaginar infinitas noites, muitas e inumeráveis. Dizer mil e uma noites é acrescentar uma além do infinito. Algo como a expressão ‘forever and a day’ – para sempre e mais um dia.
Os confabulatore nocturni
A origem do livro se perdeu na noite dos tempos. Sabemos apenas que o núcleo central das histórias foi composto na Índia e a seguir passou pela Pérsia, onde os contos foram arabizados e modificados, até finalmente chegarem ao Egito no final do Século XV. Só então foi organizada a primeira edição, talvez originada da coletânea persa Hezar Afzane, as mil aventuras. O mais antigo fragmento, descoberto em 1947 no Cairo, foi escrito em árabe ao redor do ano 800. Sabemos que o Al-Fihrist, catálogo do bibliógrafo abássida Ibn Al-Nadim, do Século X, contém a primeira história da série: a vingança do rei que a cada noite toma uma virgem, a decisão de Sheerazad de distraí-lo contando fábulas. Sabemos também que embora a literatura árabe medieval tenha se mantido relativamente fechada à influência grega e latina, no caso das Noites é possível escutar-se nelas ecos da Antiguidade Clássica. Em A Vida de Alexandre Magno, do pseudo-Calistenes, encontramos o mito do Peixe-Ilha, que depois emergirá na primeira viagem de Simbad o Marujo. Da Odisseia, de Homero, foi extraído o episódio do gigante Polifemo, que se repete na terceira viagem de Simbad.
O certo é que o livro chegou até nós por via da populosa tradição oral. É evidente que toda e qualquer história do Livro das Mil e Uma Noites teve no começo um autor individual. Até mesmo os contos de natureza folclórica inspirados na longínqua tradição sânscrita imigraram para o Islã através de textos cultos, como no caso das traduções árabes Alif Al-Jurafa (As Mil Estórias) e Alif Layla (Mil Noites). Embora isso, as primitivas coleções – sobretudo as novelas do período entre os séculos VIII e IX – foram transmitidas quase sempre por contadores de histórias profissionais, que as declamavam publicamente nas medinas. Além disso, há a essa curiosa referência do arabista austríaco Joseph Von Hammer-Purgstall sobre certos confabulatore nocturni, homens cuja profissão é contar histórias à noite, e onde é citado um antigo manuscrito persa no qual o insone Alexandre da Macedônia os reunia para distraí-lo. Contadas e recontadas nos mercados, ao redor dos poços e à volta das fogueiras, as mil fábulas eram literatura viva muito antes que alguém decidisse coloca-las no papel.
Dinastia de ladrões
Se no Oriente a origem das Noites estará para sempre soterrada nas areias do tempo, sua introdução no mundo ocidental há cerca de 300 anos tão cedo não será esquecida. Entre 1704 e 1717 o arabista francês Jean Antoine Galland apresenta pela primeira vez no ocidente uma tradução do livro. Valendo-se de um manuscrito encontrado na Síria e da colaboração de um maronita de Alepo, de memória não menos inspirada que a da própria Sheerazad, Galland introduz na França do Grade Século palmeiras, vizires, luares e princesas que até então só existiam numa longínqua região chamada Oriente. E a julgar pelo que se pode ler hoje, o Século da Luzes foi inundado pelo perfume dos jasmineiros e o pelo olhar oblíquo das odaliscas. Em 1747 François Marie Arouet Voltaire publica seu célebre Zadig, História Oreintal. Antes disso, Racine escrevera Bajazet, Tragédia do Serralho, e La Fountaine inspirara suas fábulas em motivos orientais. Quanto ao próprio Galland, o que se pode dizer é que certos contos fundamentais de sua tradução jamais tiveram seus manuscritos originais encontrados, sendo alguns considerados pelos arabistas modernos picarescos demais para a mente de um árabe do Século X.
Outros ladrões
Na Inglaterra as Noites Árabes chegaram mais tarde, em 1841, pelas mãos do afamado orientalista Edward Lane. Lane, que parece não ter percebido o profundo sentido erótico dos contos, produziu um texto erudito e casto que a todo momento remete a notas de pé de página para justificar suas omissões e adequações. Na versão de Lane do Livro das Mil e Uma Noites é comum encontrarmos observações do tipo: ‘passo por alto um episódio dos mais repreensíveis’. ‘Aqui uma linha grosseira demais para ser traduzida’. ‘Daqui por diante dou curso às omissões’. A pudibunda probidade de Lane não é de forma alguma sem razão, uma vez que sua obra, nas próprias palavras do autor, se destina “à mesinha da sala”, centro da leitura sem sobressaltos e da conversa recatada dos britânicos.
Mas se Edward Lane perseguiu e censurou a sensualidade contida nos contos, omitindo-a com suas contorções de escandalizado decoro, outro inglês, também arabista de tenebrosa barba de mouro, foi o responsável pela introdução daquilo que podemos chamar de um certo ‘colorido bárbaro’ no ambiente das novelas. Richard Francis Burton, capitão do exército inglês, foi um tradutor peculiar. Autor de um relato apontado por seu biógrafos como demasiado pessoal a respeito dos prostíbulos de Bengala, Burton foi um pouco mais do que um simples leitor de manuscritos empoeirados. Disfarçado de afegão peregrinou pelas cidades sagradas da Arábia e deixou um ressequido beijo no aerólito da Caaba. Comandou expedições às secretas cabeceiras do rio Nilo, ocasião em que descobriu o lago Tanganika. Experimentou a terrível hospitalidade dos canibais do Daomé, aonde, dizem, experimentou ‘estranhas carnes’.
Burton também foi abundante em notas explicativas. Mas ao invés de dissimular, evidenciou aquilo que chamou de “costumes do homem islâmico”. Seus comentários vão desde as variações do amor físico (Burton é reconhecido como o primeiro tradutor do Kama Sutra para o Ocidente), passando pelas partes pudendas do muçulmano, “que no homem vão do joelho ao umbigo e na mulher dos pés à cabeça”. Além de uma infinidade de outras considerações singulares, que incluem: uma condenação das prisões e uma defesa dos castigos corporais e das multas; uma lenda sobre a capilaridade das pernas da rainha Belkis; uma teoria e prática oriental da ingratidão; um aviso sobre os males da equitação quando também a cavalgadura é humana; um grandioso projeto de cruzar macacos cinocéfalos com humanos e assim obter uma sub-raça de bons proletários.
Publicada em uma única edição limitada a mil exemplares para os mil subescritores do Burton Club, a tradução ostenta dezesseis volumes, dos quais seis abrigam Noites Suplementares, variantes e análogas, recrutadas pelo capitão ao longo de suas expedições ao Oriente. A obra de Burton tem um prestígio contra o qual nenhum arabista conseguiu competir. Percorrer as Mil e Uma Noites na tradução de Sir Richard não é menos assombroso que percorre-las vertidas do árabe e comentadas por Simbad, o Marujo.
Mardrus, Ali Babá ortodoxo
Há um consenso entre os especialistas que o Livro das Mil e Uma Noites é o livro da imaginação e da fantasia. Entretanto, isso não impediu que alguns tradutores buscassem através dele fatos e personagens reais do mundo oriental. A idade de ouro do Islã, por exemplo, é claramente descrita em algumas novelas. Harum Al-Rashid (Aarão, o Ortodoxo), personagem central de muitos contos não é imaginário. Governou o império islâmico de 786 a 809 e a história o registra como um dos mais poderosos califas de sua época. Enquanto Enviado do Profeta, foi o senhor espiritual de um extenso império centralizado na Mesopotâmia, onde se suspeita tenha mandado erigir o lendário Jardim das Delícias, suntuoso palácio com cinco alas dedicadas a satisfazer os cinco sentidos.
A profusão de informações circunstancias reais fizeram com que no ocidente, a certa altura do processo de tradução dos manuscritos, seus compiladores tenham procurado a narrativa mais fiel, menos fantasiosa. No encalço dessas versões literais e completas trabalharam muitos tradutores e suas reputações são frequentemente invocadas para dar mais autoridade ao texto. Em consequência resulta que pouco concordam entre si. A Alemanha parece ser a pátria deste gênero de obra. Além dos manuscritos originais guardados nas bibliotecas de Brelau e Zotemberg, abriga três traduções literais. A do ilustre bibliotecário Gustav Weil, a qual se referiu Burton como “tão fiel quanto pode ser uma tradução de índole popular”. A de Enno Littmann, decifrador dos manuscritos etiópicos da fortaleza de Axum e citado pelo escritor argentino Jorge Luiz Borges como “complacente e de umas fraqueza total” – segundo Borges o autor precisou de uma advertência dos editores para que conservasse o nome de Alá e não o substituísse por ‘Deus’. E a de Max Henning, tradutor do Alcorão, a quem Littmann se refere por “seu estilo insípido e tom comercial, sua maior virtude deve ser a extensão”.
Mas é ao francês Jean-Charles Mardrus que os historiadores atribuem a qualidade de ser o mais fiel tradutor do Livro das Mil e Uma Noites. Seu apurado conhecimento dos manuscritos e obediência a eles “aproxima a pobreza da cor oriental do estilo refinado de sua época”. Para os críticos do autor, o laborioso trabalho do Doutor Mardrus, publicado na França em 1906, “foi além do texto puramente árabe para melhor maravilhar o homem ocidental tão fin du siècle”. Mardrus quer completar o trabalho que os lânguidos árabes anônimos descuidaram, “com uma persistência não indigna do hollywoodiano Cecil B. DeMille”, comenta Jorge Luís Borges no livro As Sete Noites. Mas se conforma: “suspeito que o árabe não seja capaz de uma versão literal e completa de um parágrafo Mardrus”.
O apelo do Oriente
“Não resta dúvidas”, confessa o historiador americano Ernest Hauser, “que este magnífico buquê de fábulas orientais exerce uma profunda influência em todo aquele que o frequenta”. Segundo Hauser, podemos atribuir ao componente mágico das novelas esta abundância de variações sobre o mesmo tema, materializada nas traduções e os subsequentes reflexos que produziu na literatura universal. A prova disso é a extensa lista de obras inspiradas em motivos contidos em suas novelas, dentre as quais destacam-se Vatek Al-Calif, de Willian Beckford, As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift, Alice, de Lewis Caroll, as Novas Noites da Arábia, de Stevenson, A Princesa da Babilônia, de Voltaire. Além, é claro, da extensa dinastia inimiga de seus tradutores.
Para Hauser é a magia que contribui para que cada leitor também assuma o papel de um confabulatore nocturni. No livro, a magia está para as histórias como o acaso está para as nossas vidas. É o personagem que tropeça na argola de um alçapão que o conduz a subterrâneos castelos encantados. É a feliz descoberta da lâmpada maravilhosa. É a conveniente ascendência sobre um gênio, que é um escravo mas também o onipotente cumpridor da nossa vontade. São certos gestos mágicos, que podem transformar a areia em ouro ou despertar a fúria das marés. É o mago que leva o ouvido ao chão para escutar, dentre todos os passos da humanidade, a aproximação de um predestinado. São labirintos escondidos em sonhos e tesouros ocultos em profecias.
Contudo, se tamanho conteúdo mágico serve para que cada leitor se sinta à vontade para recriar o livro, dando rédeas à imaginação, é o próprio Oriente a razão deste fascínio. É neste lugar além da aurora e do Ganges que para o homem ocidental reside o assombro. Quer este Oriente esteja nas selvas da Índia, no abrasado deserto da América ou na pampa sul-americana. Dele sabemos apenas que é distante, vasto, magnífico e incompreensível. E mágico.
Não é de admirar que um lugar como este sugira narrativas no mínimo extraordinárias. Tampouco, causará surpresa que tais narrativa suscitem ao leitor recriar sua própria fantasia. Este parece ser o sortilégio do Livro das Mil Noites e Uma Noite. Seus arautos serão seus detratores, seus discípulos serão seus adversários, e cada um diferente dos demais.
Estes possivelmente terão por sua vez outros tradutores e a cada tradutor caberá uma versão diferente, pois as palavras já não pertencerão a este ou àquele, mas a outros, infinitos e inumeráveis. Todos previamente justificados pelo emblema dos confabulatore.
Todos previamente justificados pelas palavras de Kipling: “Se ouvires o apelo do Oriente então já não escutarás mais nada”.
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